terça-feira, 15 de maio de 2012

Grupos de Capoeira Cordão de Ouro Corumbá e Região do Pantanal MS





Organização dos grupos de capoeira em todo  o país é o desejo daqueles que reconhecem que essa prática  extrapola sua natureza cultural. Por isso  mestres, professores,  instrutores e adeptos  da prática da capoeira  estiveram reunidos em  Corumbá, no último  sábado, 12 de maio,  na sede do Imnegra  (Instituto da Mulher  Negra do Pantanal). A "Reunião Ampliada dos Grupos de  Capoeira Corumbá e  Região do Pantanal  ­ MS" contou com a  participação de representantes das cidades  de Campo Grande,  Anastácio, Miranda,  Nioaque, Guia Lopes,  Jardim, Sonora, Pedro  Gomes, Bela Vista, Ladário, além da cidade sede, Corumbá; de  Ouro Branco, no estado de Mato Grosso; e  da capital São Paulo. O encontro foi presidido por Ednir de  Paulo, presidente da  Imnegra, e levou à  pauta temas como o  cadastro nacional de  capoeira, a situação  dos grupos de capoeira no Estado e, em  especial, em Corumbá  e região do Pantanal;  Conselho de Mestres  e proposta para o Encontro Estadual de  Capoeira. "A presidenta Dilma  determinou que a capoeira seja organizada  para se tornar mesmo  patrimônio imaterial  cultural do Brasil.  Ela está meio dispersa e é preciso que em  cada estado do Brasil,  se crie esses conselhos sem interferir na  questão individual do  trabalho dos capoeiristas", disse Ednir ao  lembrar que a capoeira já  foi oficializada  como patrimônio imaterial nacional, porém  necessita de organização para que o movimento se fortaleça em  todo território nacional com representatividade e ações pontuais. Assim, o Conselho  de Mestres, que reunirá ao lado dos detentores do conhecimento  mais elevado da capoeira, entidades do movimento negro, servirá  como um instrumento  de fortalecimento da  prática. "Para nortear políticas públicas em  termos de espaço de  local adequado, de  estar aperfeiçoando  essa cultura dentro do  Brasil. O Conselho vai  servir para proteger a  individualidade dos  capoeiristas e desenvolver a capoeira em  todos os estados do  Brasil", avaliou Ednir  de Paulo em entrevista ao diário, lembrando que é a terceira  vez que reunião desta  natureza acontece em  Corumbá, colocando  o município à frente  de demais cidades de  Mato Grosso do Sul, o  que, inclusive, fortalece o movimento para  a realização, em outubro próximo, de uma  conferência estadual  de capoeiristas na cidade.  Marcos Henrique,  o contra-mestre Biro,  que é especialista em  História da África, esteve em Corumbá ajudando na mobilização  dos capoeiristas dessa  porção do Estado. Ele  lembrou que a profissionalização  do capoeirista é uma luta  antiga e que tem tudo  para se concretizar  desde que exista uma  organização entre  as  pessoas que a promovem e a praticam. "A capoeira é conhecida como movimento social, cultural  e folclórico. Hoje, nossa demanda é profissionalizar essa ação.  Fazer com que amanhã existam pessoas  que sejam profissionais, que vivam da capoeira, vivam de um  esporte que faz parte  da cultura dele, das  raízes de um povo",  avaliou o especialista que já acumula 26  anos na prática da capoeira. "A roda de capoeira é considerada um  patrimônio cultural  brasileiro, avançou  muito no país, principalmente com a lei  10.639/2003 que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira em  todas as escolas brasileiras. Assim, a capoeira pode ser utilizada  no currículo escolar",  ressaltou. João Paulo Pereira  do Amaral, consultor  da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação,  a ciência e a cultura) para o Patrimônio  Cultural Imaterial no  Mato Grosso do Sul,  não pode estar presente a esta reunião  por motivos pessoais,  mas ressaltou em carta enviada aos presentes que a roda de  capoeira busca o reconhecimento como patrimônio imaterial da  Humanidade. "É mais um passo  na consolidação da capoeira como expressão  original do povo brasileiro que se oferece aos  povos do mundo como  prática, atitude de  vida, pensamento, técnica, esporte, prazer,  arte e cultura",  diz o  consultor ao lembrar  que, neste sentido,  desde o último dia 04  reuniões estão sendo  realizadas em todo o  Estado. "Não é só mais  um título bonito para  colocar na parede nem  é mais um simples  reconhecimento para  compor discursos de  exaltação. Vai além. É  um pacto entre o Brasil (governo e sociedade) e o mundo para  aumentar as bases de  expansão das nossas  raízes. Um passaporte  a mais para abrir fronteiras e dar o tom brasileiro, detentor absoluto das raízes dessa  prática, no cenário internacional. O que se  abre é a possibilidade  de criação de mais estrutura e força política. Obriga governos e  instituições a um zelo  mais profundo no incentivo e manutenção  das políticas públicas  com investimentos  continuados e programas definidos a partir  do diálogo", esclareceu. Em Corumbá, existem cerca de 200 capoeiristas que desenvolvem a prática em  grupos, escolas e academias. Lívia Gaertner livia@diariocorumbaense.com.br Fotos: Lívia Gaertner Reunião ampliada aconteceu na sede do Instituto da Mulher Negra do Pantanal e foi comandada pela presidente,  Ednir de Paulo Evento contou com representantes das cidades de Campo Grande, Anastácio, Miranda, Nioaque, Guia Lopes,  Jardim, Sonora, Pedro Gomes, Bela Vista, Ladário, além da cidade sede, Corumbá; de Ouro Branco, no estado  de Mato Grosso; e da capital São Paulo Praticantes e mestres de capoeira buscam representatividade para fortalecimento em todo território nacional


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