quarta-feira, 13 de julho de 2011

Religiosos protestam contra discriminação e pregam união contra toda forma de crime

Babalorixá Zazelakum prega conhecimento para evitar e combater falsos religiosos

Assim como aconteceu em Campo Grande, Corumbá realizou no último sábado, 09 de julho, um manifesto promovido por sacerdotes e adeptos da Umbanda e do Candomblé. O ato aconteceu no final da manhã, no Jardim da Independência onde os religiosos, com trajes ritualísticos, levaram cartazes manifestando repúdio a toda forma de discriminação, sobretudo a das religiões de matrizes africanas.

A ação foi uma forma de protestar diante da repercussão negativa surgida contra as religiões depois que um falso pai de santo, em Campo Grande, foi acusado de envolver em rituais, crianças - as quais teriam também sofrido abuso sexual - e sacrifício de animais.

"Quando acontece um caso como esse, a religião de uma forma geral é marginalizada. Dentro da nossa religião, nós não aceitamos esses atos bárbaros porque a criança é o vínculo maior dos orixás com Deus. A gente fala, dentro do Candomblé, que toda vez que nasce uma criança, Olorum está chegando a Terra trazendo mais uma vida para a família inteira", comentou o babalorixá Zazelakum, Clemílson Pereira Medina, que também é delegado das religiões de matrizes sul-africanas do Centro-Oeste.

Clemílson destaca que episódios de abuso contra as crianças já foram conhecidos em outras religiões e por isso prega a união entre todos para o combate a essa ameaça. "Está na hora do candomblecista, do umbandista, do espírita, se unirem ao pastor, ao padre, às outras religiões para lutarmos contra o crime na humanidade. Está na hora de englobar tudo e fazer a religião ter um único intuito: usarmos uma única palavra, a paz. O amor tem que prevalecer acima de tudo", pregou.

Abertura de portas

Elis Regina Pécora Fonseca, adepta da religião, destacou a necessidade de organismos governamentais se unirem às propostas trazidas pelo setor religioso para questões da coletividade. "Que os governantes se unam com a gente nessa luta, abrindo espaço para que possamos levar nossas opiniões, propostas contra o racismo, a discriminação, as desigualdades sociais", falou.

O babalorixá Zazelakum também comentou sobre a aplicabilidade da Lei nº 10.639, em 2003, que inclui a temática afro-brasileira obrigatória nos currículos escolares do ensino fundamental e médio. Ele reforça que as escolas e professores precisam dar maior destaque para o assunto, inclusive abordando a questão religiosa.

"Não estamos querendo que a pessoa acredite no candomblé, ela só tem que saber o que é essa religião. Eu peço para que os professores, sejam de ensino religioso, sejam de educação artística, que busquem a gente. Passamos instrução a eles, estamos palestrando se quiserem para que essa criança, amanhã, não seja enganada por um louco como esse que se passa por um religioso", disse ao frisar que a falta de conhecimento pode levar as pessoas a serem ludibriadas por falsos religiosos.

MUNDO CAPOEIRA

Está no seu momento de descanso né? Entao clique aqui!

.

.