quinta-feira, 14 de julho de 2011
Americanas: PF abriu processo e seguranças terão cursos sobre discriminação
Campo Grande-MS, 12 de julho de 2011
Americanas: PF abriu processo e seguranças terão cursos sobre discriminação
A agressão praticada no dia 23 de abril deste ano contra o vigilante Márcio Antonio de Souza dentro de uma das unidades das Lojas Americanas, em Campo Grande (MS), alcança novos desdobramentos desde a tarde de ontem (terça-feira, 12) com a entrega de um relatório da Câmara de Vereadores à Superintendência Regional da Polícia Federal. O vereador Alex (PT), membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, entregou ao delegado Rodrigo Oliveira a síntese dos fatos, desde a denúncia de Márcio às investigações abertas pela Polícia Civil, a repercussão na sociedade e os esclarecimentos públicos solicitados pelo Legislativo às partes envolvidas.
No encontro o vereador foi informado que a PF já havia aberto processo administrativo contra Décio e que esse caso vem sendo acompanhado pela diretoria-geral da instituição em Brasília. Outro motivo do interesse em apurar as denúncias é saber se houve a prática de discriminação racial, já que o vigilante agredido é negro e sua abordagem se deu porque o segurança da loja, Décio Garcia de Souza, o considerou suspeito de ter furtado dois ovos de Páscoa. Outro resultado da intervenção da Câmara junto à instituição federal é a iniciativa para que os agentes de segurança privada em Campo Grande, a partir de agora, sejam obrigados a fazer cursos específicos sobre atos de discriminação e preconceito.
Para o vereador Alex, o contato com a autoridade federal foi proveitoso e os primeiros resultados alimentam a expectativa de esclarecimento total do caso e das responsabilidades, até porque a empresa se recusou a pagar pelos ferimentos provados com a agressão e que deixaram sequelas no rosto de Márcio. Alex destacou também o peso institucional e político do relatório, que tem a assinatura dos vereadores Paulo Siufi (PMDB), presidente da Câmara Municipal, e Athayde Nery Jr (PPS), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos.
Membro da Coordenação Nacional das Entidades Negras no Centro-Oeste (Conen), Edmir Abelha Moraes acompanhou o encontro entre Alex e o delegado Rodrigo Oliveira, destacando a dimensão humanista que a sociedade espera das instituições. “Não se justifica agredir por suspeição. E a pessoa agredida é negra. É preciso apurar o que houve e a Câmara Municipal está de parabéns pela forma corajosa com que vem tratando esta questão”, afirmou.
(Assessoria de Imprensa)
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